Descrição
Autor: Fernando Marques da Costa
Editor: Campo da Comunicação
ISBN: 9789898465375
Idioma: português
Dimensões: 16 x 23 cm
Encadernação: capa mole com badanas
Páginas: 614
Ano de Edição: 2018
Sinopse
Este trabalho está dividido em duas partes.
A primeira parte contém cerca de duas dezenas de textos que são revisões e releituras, seja de um conjunto de episódios da história da Maçonaria em Portugal, seja do papel de personagens a eles ligados. Essas releituras são motivadas, quer por uma diversa crítica das fontes, quer por distintos modelos de análise, quer por manuscritos inéditos, ou citados na sua integralidade e não truncados. É precedida de um prólogo sobre historiografia com o objetivo dar ao leitor a «história» dessa bibliografia de 1843 até à atualidade.
A segunda parte é a que trata dos manuscritos que deram origem a este livro, dividida em dois capítulos. O primeiro inclui dois textos introdutórios que procuram fazer enquadramento dos manuscritos. O segundo capítulo corresponde à publicação dos manuscritos e à sua interpretação, obedecendo sempre à mesma organização para cada um deles; fornecer uma introdução de enquadramento, transcrever o texto, anotando-o sempre que necessário.
Durante o século XIX e parte do XX o essencial da história da Maçonaria portuguesa foi redigida por maçons, assente mais em «tradições» do que em documentos e apoiada pelo memorialismo e pela historiografia liberal. Ora o século XIX caracteriza-se por uma atenção especial dada à história
atribuindo-lhe uma utilidade social, política e ideológica. Essa função social é construída por uma releitura do passado como elemento identitário. A Maçonaria construiu uma memória histórica composta por uma realidade seletiva, que iludia e silenciava outras. Construiu, assim, um arquétipo
historiográfico que durante muito tempo dificultou uma leitura mais serena e objetiva do que foi a sua realidade. Há um consenso institucionalizado na literatura maçónica sobre o seu papel histórico que assenta, em muitos aspetos, em mitos historiográficos, gerando um perfil identitário assente no passado e em leituras erradas desse passado. É preciso um trabalho de Penélope para desfazer e refazer a história das maçonarias em Portugal, avaliando-as apenas por aquilo que elas foram, e não por aquilo que se gostaria que elas tivessem sido. Na parte em que a realidade desaponte o imaginário construído, creio que se encontrará uma verdade societária diversa, mas muito rica, que importa estudar com rigor.
Talvez hoje valha a pena preferir a realidade ao mito, por muito que isso custe: os mitos são mais arrebatadores que a realidade.
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