Descrição
Obras Completas de António Telmo – Volume V
Autor: António Telmo
Prefácio: Miguel Real
Editor: Zéfiro
ISBN: 9789896771393
Idioma: Português
Dimensões: 16 x 23 x 1,5 cm
Encadernação: capa mole
Páginas: 300
Ano: 2016
Sinopse
O PODER DA IMAGINAÇÃO CRIADORA: AUTOBIOGRAFIA E SOBRENATURAL
Se os contos são para António Telmo a filosofia servida à mesa do pobre, não será de estranhar que neste livro, onde se publica ainda o seu teatro inédito, confluam muitos dos temas que sustentam a grandeza do pensador, numa demonstração inequívoca de que, para o escritor assistido, a literatura é expressão do sobrenatural.
«Álvaro Ribeiro recebeu a sua segunda iniciação após ter terminado o curso de filosofia criacionista nessa associação secreta de que Leonardo Coimbra era o Grão-Mestre e que funcionava aberta ao público como Faculdade de Letras da Universidade do Porto, ingressando na Maçonaria pelo rito escocês, no mesmo dia em que foi recebido Domingos Monteiro. Findo o período de dormência imposto por Salazar, não foi convocado para a abertura dos trabalhos. É de conjecturar, atendendo à orientação que adoptou para o seu pensamento escrito, que tenha desagradado à vigilância das lojas azuis por ter tentado renovar e sublimar a doutrina maçónica, pelos princípios do martinismo, que a conduziam a valorizar o catolicismo como versão exotérica edificada sobre a mesma pedra. Acusado de reaccionário e apodado de retrógrado, não obteve melhor aceitação entre os católicos, mesmo entre aqueles que leram A Anunciação a Maria, de Paul Claudel, pela razão inversa de pretender reconduzir o catolicismo ao martinismo.»
António Telmo
«Com efeito, António Telmo não procura criar um estilo literário singular, como o fez Eça de Queirós ou José Saramago. Não procura abrilhantar a sua prosa com figuras retóricas, ao modo de Ramalho Ortigão, nem se deixa dominar pela eloquência, como os autores neo-românticos – escreve com a ‘naturalidade’ da linguagem comum, fazendo um óptimo uso da gramática. Não lhe interessam as correntes literárias, ser realista à Eça, naturalista à Abel Botelho, expressionista à Raul Brandão, presencista à José Régio, neo-realista à Alves Redol ou desconstrucionista à moda dos autores da década de 1960. Não explora os pormenores físicos e sociais do enredo à Fialho de Almeida nem a personalidade psicológica das personagens, como Vitorino Nemésio. Por isso, não pratica o romance, mas o conto, uma espécie incisiva de rasgão no tempo físico e cronológico do qual resta um enigma, um mistério, um segredo, que alerta o leitor para a existência de mais mundos (ocultos).»
Miguel Real
In Prefácio
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