Descrição
Autores: Agostinho da Silva, Henryk Siewierski
Posfácio: Pedro Martins
Editor: Zéfiro
ISBN: 9789896771751
Ano de Edição: 2020
Idioma: Português
Dimensões: 16 x 23 x 2,5 cm
Encadernação: capa mole
Páginas: 406
Sinopse
A MAIOR ENTREVISTA DO PENSADOR, NA SUA PRIMEIRA EDIÇÃO COMPLETA, COM UMA SEGUNDA PARTE INÉDITA
A publicação integral de Vida Conversável constitui um marco fundamental na bibliografia de Agostinho da Silva, abrindo novas e surpreendentes perspectivas a um pensamento em movimento perpétuo e que nos exalta pela magia incandescente do verbo.
«À minha frente folhas amareladas de Vida Conversável, segunda metade inédita do texto dactilografado com as marcas da revisão, letra inconfundível de Agostinho da Silva. Não foram só trinta e três anos, foi uma época que passou. Mas o texto não pertence ao passado. Só a letra precisava de uma revitalização. A palavra permanece actual e viva, como nos dias da sua gravação.»
Henryk Siewierski
«Quando eu outro dia estava ali à beira do Tejo a observar uma gaivota que aparece no Inverno em Portugal, a arcus marina, que voa agora muito por aí, e vi no bico que é amarelo a mancha vermelha característica daquela gaivota… Sabe para que é aquela mancha? Não. A gente nem pode dizer para que é, porque em ciência não há para. Mas o que acontece é que os filhos quando estão no ninho e ainda não sabem comer batem com o bico naquela mancha e o animal adulto vomita a comida para eles comerem. Então eu quero ver como é que aquilo se explica pela evolução. Quer dizer, porque é que os filhos não morreram logo no primeiro dia quando o bicho não tinha ainda a mancha. Ou como é que foi, como é que foi aparecendo aquela mancha para os pequenos picarem ali.»
Agostinho da Silva
«O livro é este que o leitor tem aberto nas suas mãos e que porventura, aqui chegado, já deverá ter lido. Seria agora, pois, coisa sem jeito que sobre o teor do seu texto me houvesse eu de perder em grandes considerações. Não o consente, de resto, a gesta caleidoscópica que dele brota incitante e irresistível. A gesta da vida, plural, vibrante e fecunda, num torvelinho de quadros pinturescos em que o poder descritivo e narrativo do verbo agostiniano raia o sublime, do concreto anedóctico induzindo ideias como luzeiros.»
Pedro Martins
Biografia
Agostinho da Silva (Porto, 1906 – Lisboa, 1994) é uma das figuras cimeiras do século XX português. Na alma mater da Faculdade de Letras do Porto teve como mestres Leonardo Coimbra e Teixeira Rego, integrando ainda a Renascença Portuguesa e colaborando em A Águia. Já em Lisboa, nos anos 30, recebe a influência de António Sérgio e participa destacadamente no movimento da Seara Nova, antes de fundar o Núcleo Pedagógico Antero de Quental. Pensador original, escritor singular, divulgador infatigável, orador prodigioso, didacta inovador, Agostinho da Silva deixou-nos uma obra monumental em múltiplos domínios do saber e bem assim o legado exemplar de uma vida cívica dedicada, destemida e despojada, sempre pautada pelos valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Espírito religioso, recriou no plano mítico algumas das principais linhas de força da cultura portuguesa, abrindo o seu cristianismo de tendência heterodoxa à profecia ecuménica e a um desígnio de libertação. Viveu durante um quarto de século no Brasil, onde fundou universidades e antecipou a emergência da comunidade lusófona. Fecundamente paradoxal, o seu pensamento heróico e movente incita à criação transfiguradora do homem e do mundo.
Henryk Siewierski nasceu em Wroc?aw, na Polónia, em 1951. É professor titular de Teoria Literária da Universidade de Brasília (UnB). Chegou ao Brasil em 1986, vindo de Portugal, onde, desde 1981, foi leitor de Língua e Literatura Polacas na Faculdade de Letras de Lisboa, no âmbito de um convénio com a Universidade Jaguelônica, de Cracóvia, em que estudou e se doutorou em Ciência da Literatura e de que foi professor. Foi editor da revista Aproximações: Europa de Leste em Língua Portuguesa. É autor, entre outros títulos, de Encontro das Nações, Um Paraíso Imperdível: Silva Rerum Amazônico, em polaco, Livro do Rio Máximo do Padre João Daniel, História da Literatura Polonesa, livros de poemas Outra língua e Lago Salgado. Traduziu para português obras de Bruno Schulz, Bronis?aw Geremek, Andrzej Szczypiorski, Zbigniew Herbert e Stanis?aw Lem, entre outros, e, para o polaco, Mensagem, de Fernando Pessoa, em parceria com Agostinho da Silva.
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